A Itália está repleta de lindas igrejas, monastérios, basílicas e outras construções religiosas. Como por exemplo os santuários franciscanos de La Verna e Le Celle, duas preciosidades da história do catolicismo e do país!
“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.” -São Francisco de Assis
Impossível poderia ser escalar montes de pedras para visitar santuários, percorrer campos e paisagens belíssimas com sede de fé e espiritualidade. São Francisco de Assis é o santo da natureza, dos animais, da harmonia e paz entre os seres.
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Desde o início, a história de Francisco, assim como a de Clara, inspira pela simplicidade na qual ele mergulhou, abrindo mão de tudo para se dedicar ao sagrado, a humildade. Essas características motivam inúmeros peregrinos a seguirem os passos do santo, seja pela igreja ou simplesmente por admirar os valores por ele pregados.
No post de hoje, vamos falar de dois lugares fundamentais de peregrinação franciscana, o Monte Alverne e o convento de Le Celle.
Santuário do Monte Alverne
O santuário do Monte Alverne é o local onde São Francisco fazia orações e cumpria penitências. Ele fica na cidade toscana de Chiusi della Verna, mais precisamente nos amontoados rochosos do Monte Alverne.
A espiritualidade e a paz que emanam do santuário ainda podem ser sentidas por milhares de pessoas que peregrinam por ali.
A natureza parece estar sempre presente nos locais onde São Francisco passou. De fato, o santo é conhecido pelo respeito e cuidado com a natureza, principalmente pelos animais. Essa harmonia mística ainda paira em La Verna e pode ser sentida de perto.
São Francisco passava pela região, em 1213, junto ao Frei Leone, em uma missão de evangelizar as pessoas do caminho. Foi quando eles encontraram Orlando Di Chiusi Della Verna, um homem nobre que tinha muitas propriedades na região.
Após ouvir as palavras de São Francisco, ele se sentiu tocado e ofereceu o monte Alverne e a área em seu entorno como local de retiro e orações.
Nessa época, certamente São Francisco já estava doente e cansado. Mas foi ali onde aconteceu o milagre dos estigmas: o santo teve uma visão e recebeu os chagas que o acompanharam até a morte.
Conhecendo o santuário do Monte Alverne
As construções que vemos ali foram surgindo ao longo do tempo. Muitas delas quando São Francisco ainda estava vivo. Inclusive, na última estadia de São Francisco no Monte Alverne, foi construída a capela dedicada à Nossa Senhora dos Anjos.
Mas o templo principal do Monte Alverne é a Basílica Madonna, que foi construída em 1348. A arquitetura do monumento tem traços românicos e renascentistas. Por dentro, vários altares com obras de arte sacra de valor inestimável.
Há ainda a capela das relíquias, onde ficam vários objetos pessoais que pertenceram a São Francisco de Assis. Dentre eles, um cajado, uma taça e um fragmento de tecido manchado com sangue dos estigmas.
Visitando o Monte Alverne
O Santuário do Monte Alverne fica aberto para visitação e recebe muitos peregrinos durante o ano todo. Um fato curioso é que as orações que acontecem ali mudam sempre de lugar. Sendo assim, em alguns meses elas ocorrem na própria basílica, mas em outros nas outras capelas do santuário.
Outra curiosidade é poder presenciar a procissão que acontece diariamente no corredor dos estigmas, às 15 horas. Foi ali onde São Francisco recebeu os chagas, entre a Basílica Madonna e a Cappella della Pietá. Desde 1431, a procissão acontece no mesmo local e conta com a presença e orações dos frades franciscanos que moram em Alverne.
Nem preciso dizer que a emoção é intensa, principalmente para quem é devoto de São Francisco de Assis.
Le Celle
Aninhado entre as adegas naturais do Monte Sant’Egidio, em um local isolado na floresta, perto de um rio, o convento de Celle é um edifício sagrado que fica a 10 minutos de Cortona, na Toscana.
O Hermitage é o primeiro mosteiro construído por São Francisco de Assis, em 1211, e foi habitado por ele mesmo depois de receber os estigmas. Em 1226, São Francisco retornou ao Le Celle antes de morrer.
O complexo convento foi reformado em 1969, na virada de um vale estreito. Sem dúvida alguma, é impressionante pela comodidade e espiritualidade que transmite.
A natureza ao redor é linda e promove seu silêncio e contemplação. O panorama magnífico que você pode apreciar é um grande convite para a história de São Francisco.
Por dentro de Le Celle
A igreja do século XIII está localizada fora do complexo, construída em 1651 por Margherita Venuti, conhecida como a “Alta Sacerdotisa”. À direita, está a capela de São Félix de Cantalice, o altar da Madonna e o Menino que oferece em San Felice Cantalice Simone Sprockets. No refeitório, a Deposição de Madeira de Giovanni da Rovezzano (1632).
O complexo todo é construído de forma que as células e outros aposentos ficam, de fato, localizadas em camadas nas encostas do vale. Enquanto isso, a conexão entre elas é feita por pontes de pedras.
Além de São Francisco, o mosteiro foi visitado também por Santo Antônio de Pádua. Desde 1537, é habitado pelos frades franciscanos capuchinhos que o escolheram, até 1988, como local de iniciação para jovens ansiosos por seguir os passos de São Francisco.
Visitando o convento
Ainda hoje você pode visitar a cela de São Francisco e o oratório de seus primeiros companheiros. Além disso, o bosque também está aberto para visitação e a visita fica ainda mais completa quando chegamos à lojinha.
Um fato curioso sobre essa loja é que ela não possui caixa. Com isso, os visitantes deixam apenas a contribuição que julgam necessário.
Deixada intacta, a cela habitada por São Francisco tem paredes sólidas, construídas em oito quartos, onde entra uma cama, uma mesa de eixo de parede e uma cadeira. Esse era o Hermitage ideal, desejado pelo próprio São Francisco.
Itália para peregrinos
Se nos aprofundarmos, veremos como a península da bota é um local para muitas peregrinações. Não é à toa, visto que a sede da Igreja Católica fica no Vaticano.
Mas desde muito tempo, milhares e milhares de peregrinos percorrem rotas como a Via Francigena, em busca de reflexão e espiritualidade. O mesmo acontece com santos especiais, como São Francisco de Assis, que tiveram momentos de suas vidas marcados no território da Itália.
Viajar pela fé, peregrinar ou simplesmente conhecer a história de São Francisco é algo que faz valer a pena qualquer passeio. Imagine só se estivermos falando dos lugares sagrados e de natureza exuberante por onde Francisco passou?!
Me conte, você já fez alguma peregrinação? Tem vontade? Qual o seu destino para isso?
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