Se observar os italianos, vai ver que o vinho não é só um acompanhamento para a refeição. Desde o prato mais simples, até os jantares mais sofisticados, os vinhos se desdobram em diferentes tipos e características, se tornando o acompanhante perfeito para bons momentos. Na Itália, uma simples degustação de vinhos abre as portas para um mundo cheio de prazeres e descobertas. Aprenda como degustar vinhos da maneira certa!

Em geral, a Itália disputa com a França o título de maior produtor de vinhos do mundo. Mas nós sabemos e reconhecemos que ambos produzem vinhos excelentes e que merecem um pouco mais da nossa atenção. 

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Por falar em atenção, não é somente ela que você deve apurar ao degustar vinhos italianos. Vários sentido do corpo humano são aguçados (e agraciados) pela arte da enologia, não se limitando ao simples sabor. Neste texto, você vai aprender como degustar vinhos como um bom italiano faz. 

Mas antes de mergulharmos na prática, que tal conhecer um pouco da história por trás dos vinhos italianos? 

História da Viticultura na Itália 

Segundo registros, a videira chegou em solos italianos pelas mãos de colonos gregos, por volta do século 9 a.C. 

Durante o período imperial, grandes avanços chegaram para a viticultura. Foi quando surgiram diferentes técnicas de vinificação e houve um grande aumento no cultivo de variedades de uvas em solo italiano. 

A queda do Império Romano não resultou no fim da viticultura. Pelo contrário, as pequenas cidades italianas entraram em uma competição acirrada para estabelecer e demarcar características culturais relacionadas ao vinho. Assim, cada estado protegia suas tradições, variedades de uva e métodos de produção. Talvez isso explique a grande variedade de vinhos na Itália. 

Posteriormente, após a Segunda Guerra Mundial, o surgimento da classe média italiana resultou em um aumento na demanda por vinhos de maior qualidade, além de um crescimento econômico para produzir grandes vinhos. 

Foi quando a indústria do vinho sofreu grandes mudanças. Com a chegada de novas tecnologias, a produção de pequeno porte ganhou força e houve um declínio na produção de cooperativas viticultoras. Isso resultou em produtos mais tradicionais e característicos de cada região. 

Já na década de 1960, o surgimento dos supertoscanos mudou a imagem da Itália no comércio mundial de vinhos, com um vinho italiano capaz de competir com os melhores vinhos do mundo.

Hoje, o país é o segundo maior produtor e o maior exportador de vinho do mundo! O setor da viticultura permanece bem fragmentado: existem muitos pequenos produtores, cooperativas e até mesmo grandes propriedades privadas. Juntos, eles mantêm a tradição longínqua de uma das bebidas mais apreciadas do mundo!  

Classificações de vinhos na Itália 

De acordo com a legislação brasileira, vinho é toda e qualquer bebida feita a partir da fermentação alcoólica de uvas. Sendo assim, este é o primeiro requisito para que possamos chamar alguma bebida de vinho. O mesmo documento ainda define algumas classificações que são válidas apenas em território nacional.

Já na Itália, os vinhos são classificados da seguinte maneira:

  • Vino da Tavola – Essa categoria contempla praticamente todos os vinhos italianos. São os vinhos de mesa. Como não apresenta nenhuma regulamentação sobre a produção, quem decide os aspectos do vinho são os produtores. 
  • IGT (Indicazione Geografica Tipica) – Os vinhos IGT devem apenas apresentar a indicação geográfica de onde foram produzidos. Sendo assim, essa é a classificação mais simples depois dos vinhos de mesa. 
  • DOC (Denominazione di Origine Controllata) – São vinhos que devem obedecer uma série de requisitos para ganharem o certificado DOC, além de possuírem delimitações geográficas de produção. 
  • O DOCG (Protocolo de Origem e Garantia) – Essa classificação é ainda mais rigorosa. Os vinhos DOCG possuem delimitação geográfica bem específica, além de critérios sobre a composição e meios de produção.

Dentro de cada uma dessas classificações, encontramos vinhos de todos os tipos: desde o tinto até o rosé, passando por espumantes, lambruscos, brancos… enfim, tem pra todos os paladares! 

Guia básico de degustação de vinhos italianos

Como já disse, uma boa degustação de vinhos aguça vários sentidos do corpo humano. Mas acho que uma verdadeira degustação de vinhos aguça, sobretudo, o prazer amplamente relacionado ao consumo da bebida. 

Roteiros Personalizados

De fato, vou deixar a minha paixão um pouco de lado para passar as dicas que o sommelier Adrien Garé deu aos leitores do blog. Adrien é professor assistente na escola de enologia Wine & Dine, em Bruxelas. Vou resumir nossa conversa em passos para uma boa degustação de vinhos italianos, mas qualquer dúvida é só deixar um comentário! 

A primeira dica é: sempre pegue na haste da taça. Pegar no cálice pode alterar a temperatura do vinho, o que não é interessante em uma degustação. 

1- O prazer como centro de uma degustação de vinhos

Será que eu gosto deste vinho, ou não? É a pergunta que não deve ficar de fora durante uma degustação. Para Garé, o prazer deve ter um papel central na hora de provar diferentes vinhos. 

Afinal, não adianta ser bom e agradar os requisitos, mas ser uma experiência ruim para quem realmente importa: você. 

2- Namore o vinho antes de degustá-lo 

Dificilmente saberemos dizer se um vinho é bom sem conhecer suas origens. Isso porque o conteúdo dentro de uma garrafa é misterioso no primeiro contato. Como não temos oportunidade de conhecer todos os produtores e uvas que degustamos, Garé nos aconselha a fazer um exame visual, antes de mais nada. 

Sendo assim, observe características como a cor, limpidez e aspecto do vinho. Mexa o cálice de levinho e aproveite para observar as lágrimas— marcas transparentes que indicam o teor alcoólico do vinho. 

Vinhos mais jovens possuem cores mais vivas, enquanto vinhos envelhecidos possuem cores mais robustas. Se prefere vinhos jovens, procure por vinhos mais transparentes. Mas se prefere vinhos complexos, procure por vinhos mais densos. 

Já as lágrimas, são resultado do glicerol presente na bebida. Ao mexer a taça, as lágrimas vão descer. Quanto mais devagar isso acontecer, maior é o teor alcoólico do vinho. 

3- Sinta o perfume do vinho

Depois de namorar o vinho, é hora de sentir o seu perfume. Os processos envolvidos na produção do vinho, somados à uva e ao local em que é armazenado são responsáveis por aromas únicos e característicos. 

A análise olfativa de vinhos reconhece três categorias de aromas:

  • Aromas primários: que são provenientes da própria uva, como aromas vegetais ou frutados;
  • Aromas secundários: que aparecem durante a fermentação do vinho, como cheiros amadeirados ou de leveduras; e
  • Aromas terciários: que são do período em que o vinho está engarrafado. Exemplos de aromas terciários são os de couro ou tabaco. 

Se por acaso esbarrar em um vinho de cheiro muito alcoólico, lembrando vinagre ou frutas estragadas, pode não ser uma boa ideia partir para o próximo passo. 

4- Sinta o gosto do vinho

Por incrível que pareça, a última parte é a que envolve o paladar. Aqui, vale lembrar que nosso corpo vai sentir quatro sabores: doce, salgado, amargo e ácido. Além disso, o olfato também afeta na forma como sentimos o gosto do vinho. 

A técnica aqui é a seguinte: beba o suficiente para o vinho ficar passeando pela sua boca por 15 ou 20 segundos. Enquanto faz isso, note todas as características do paladar e como elas evoluem durante esse tempo. 

O vinho é ácido? Está encorpado? Deixa a sensação de secura na boca? O que você sentiu? É nesse estágio que você vai realmente provar o vinho. 

5- Faça suas anotações

Uma boa forma de eternizar uma degustação de vinhos italianos é fazendo anotações. Tente descrever os vinhos que for provando, fazendo associações com as regiões de onde eles vêm e com o momento em que foram degustados. 

Eu sempre conto minhas experiências com vinhos italianos aqui no blog. Se você quiser se inspirar, pode ler sobre o Castello Banfi em Montalcino, uma Vinícola e Restaurante ou sobre quando fui ao Castello di Velona: Winery & SPA na Toscana!

As principais uvas usadas em vinhos italianos

Dentre as uvas mais utilizadas nos vinhos italianos, destaco as dessa lista:

  • Sangiovese;
  • Trebbiano;
  • Montepulciano;
  • Catarratto;
  • Merlot;
  • Barbera;
  • Chardonnay;
  • Glera;
  • Pinot Grigio;
  • Nero D’avola.

Só de chegar até aqui, você já deve estar com água na boca! Melhor ainda vai ser programar uma verdadeira degustação de vinhos italianos. Neste post você encontra um índice sobre vinícolas na Itália

Acredite, o que vimos é somente a ponta do iceberg. A arte da enologia vai muito além e espero que este post tenha aguçado a sua curiosidade pelos vinhos. Como um bom italiano, vai perceber que o vinho é um símbolo cultural muito forte no país da bota. 

Gostou? Já degustou algum vinho italiano? Qual? Me conta tudo aqui nos comentários! 

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