O centro histórico de Palermo é dividido em 4 bairros pelo cruzamento de duas avenidas principais: Maqueda e Vittorio Emanuele. A partir deste cruzamento famoso da cidade, conhecido como “I Quattro Canti”, é possível chegar facilmente a todos os pontos importantes da cidade, inclusive aos mercados de Palermo.
Mercados de Palermo
1 – Vucciria
2 – Capo
3 – Ballarò
Antigamente, cada um destes 4 bairros possuíam seu próprio mercado: Kalsa, Vucciria, Ballarò e Capo. Hoje, o mercado do bairro Kalsa, infelizmente, não existe mais. Mas ainda é possível passear pelos outros 3.
Se você é daqueles que aprecia uma imersão na cultura gastronômica de um povo, a visita a um mercado (ou a todos) deve ser etapa obrigatória na sua viagem. Na minha opinião, os mercados de rua são perfeitos para entender a alma do povo local, seus costumes, hábitos e realidade, por isso que eu amo tanto visita-los!!
Um exemplo disso são os “abbaniate”, ou seja, os gritos que os feirantes dão para atrair a atenção dos potenciais clientes. É como uma música estridente e incompreensível recitada em dialeto palermitano, que diz das maravilhas dos produtos expostos na barraca. Quando um vendedor pára, o outro começa, como um duelo infinito.
(abaixe o volume…rsrsrs)
Vucciria
Se nome antigo era “Bucciria“, uma palavra derivada do francês “boucherie” e que significa “açougue”. Nasceu como um mercado coberto que vendia principalmente carne. Hoje, o mercado acontece completamente ao ar livre e também vende peixes, frutas e verduras. O mercado se descaracterizou um pouco, pois há muita barraca de roupas e artigos em geral para a casa.
Porém, o centro do mercado – localizado na Piazza Caracciolo – é onde está a maioria das barraquinhas de peixes e ainda mantém suas características originais.
Curiosidade: existe um ditado popular na cidade que diz “Quannu s’asciucanu i balati dà Vucciria“, o que significa “quando secar o chão de Vucciria”, que é o mesmo que dizer “no dia de São Nunca”. Isso porque as ruas do mercado estão constantemente molhadas. Se não quiser sair de lá com o pé ensopado e cheirando peixe, recomendo que vá de sapato fechado.
Dica da Ana: não deixe de conhecer a histórica Taverna Azzura, ponto de encontro dos locais para uma taça de vinho no balcão. A taverna é um dos poucos lugares que mantém as características originais do mercado e fica lotado até à noite. Eu tomei o vinho fabricado por eles, chamado “Sangue”, que é um passito doce (tipo vinho de sobremesa) e achei bom.
Capo
Capo é o mercado preferido dos locais – e foi o que eu mais gostei também. A entrada principal do mercado é na Porta Carini, a partir de onde as barraquinhas colocadas dos dois lados das rua – que já é estreita -dificultam a passagem dos pedestres.
Em alguns pontos transitar fica impossível, pois as pessoas param para conversar, comprar e experimentar as delícias do mercado, sem culpa de estar barrando o trânsito dos pedestres. Isso quando não passa uma vespa buzinando e pedindo passagem. É um mercado para visitar sem pressa, inclusive porque também há muitas belas atrações no seu entorno, como o Teatro Massimo, por exemplo.
Curiosidade: esse mercado foi formado na época que os muçulmanos dominavam Palermo e era habitado pelos Schiavoni, piratas comerciantes de escravos. Mais tarde, os frades agostinianos começaram a chegar a essa zona pois a sede do monastério ficava ali, na igreja di Sant’Agostino, também chamada de Santa Rita (vale uma visita também).
Dica da Ana: Não deixe de parar no bar da Arianna para experimentar a melhor arancina de Palermo. É a melhor receita original de arancina da cidade, feita sem o molho de tomate, e custa só 1 Euro.
Ballarò
Ballarò é o mais antigo mercado da cidade de Palermo, existem documentos do século X que comprovam a sua existência. Além de peixes, carnes, verduras e frutas, o mercado também vende comidas prontas típicas da cozinha palermitana.
É também o maior mercado da cidade e onde encontrei mais turistas. Os vendedores são muito atenciosos com os turistas: brincam, conversam, oferecem seus produtos para degustação, tiram fotos. É uma experiência única e muito divertida!
Curiosidade: para começar uma discussão pelas ruas do mercado basta perguntar a origem do nome Ballarò. Dentre as diversas teorias, as que mais se destacam são:
- o mercado recebe esse nome pois os mercadores árabes que vendiam suas mercadorias ali provinham de uma vila em Monreale chamada Bahlara;
- o nome deriva de Vallaraya, o nome de um rei indiano;
- Ferdinando Ballarò, capitão do rei Ferdinando di Aragona estava sempre no mercado e cobrava uma comissão sobre todos os produtos vendidos.
Dica da Ana: não espere um mercado organizado, limpo e correto. Ballarò tem a alma da cidade de Palermo. É caótico, sujo e autêntico…mas eu adorei!!!
Mapa dos mercados de Palermo
Marquei no mapa o ponto central de todos os mercados, mas ao redor deles, vocês encontrarão muitas barraquinhas também.
Na Prática
Horário de funcionamento dos mercados de Palermo
Todos os mercados funcionam todos os dias das 8h00 às 14h00, exceto aos domingos, que todos fecham. No verão, podem funcionar até mais tarde e os bares abem, inclusive, à noite.
Para confirmar o horário de funcionamento dos mercados, clique aqui.
Endereços dos locais citados no post
Frigiotteria Arianna: Via Porta Carini, 51 – mercato Il Capo
Taverna Azzurra: Discesa Maccheronai, 15 – mercato Vucciria
Teatro Massimo: Piazza Dante- oerto do mercado Il Capo