Cortina d’Ampezzo é uma pequena cidade de montanha, com menos de 6 mil habitantes, localizada na província de Belluno, região do Veneto, ao norte da Itália.
Fica encaixada nas Dolomitas (uma cadeia de montanhas rochosas), reconhecidas como as montanhas mais belas do mundo e declaradas Patrimônio da Humanidade da UNESCO.
Apelidada de “rainha das Dolomitas”, a cidade faz parte do “Best of the Alps“, um dos 12 locais mais elegantes e refinados dos Alpes. No inverno, transforma-se no paraíso para os amantes de esportes ao ar livre e é, sem dúvida, um destino de luxo.
Vendo as montanhas brancas de neve e com temperaturas de menos 20 graus, é difícil acreditar que há 210 milhões de anos atrás aquilo tudo era um mar tropical! Os vestígios podem ser vistos no Museo Paleontologico de Cortina.
OS LOCAIS
Os moradores da pequena cidade não foram afetados por todo o glamour que o nome “Cortina d’Ampezzo” envolve pois são de uma simplicidade incrível, além de simpáticos, solícitos e gentis! Fiz bons amigos durante os dias que passei lá e alguns alpinos me levaram para lindos passeios e deliciosos jantares.
Claro que saber italiano ajuda, mas como estão acostumados a receber muitos turistas, eles também falam inglês e tenho certeza que a comunicação não será um problema.
COMO CHEGAR
Não existe trem para Cortina. Você pode optar por carro ou ônibus (saindo de Veneza Mestre ou Bolonha, por exemplo).
Eu fui de carro a partir de Milão e achei muito tranquilo. O único problema foi que o GPS me mandou por um caminho que passa entre as montanhas. Achei esse percurso muito sinuoso e perigoso, principalmente porque começou a nevar, o que comprometeu a visibilidade. Em casos extremos, a pista pode ser bloqueada até que as condições climáticas melhorem. Por tudo isso, recomendo que evitem o atalho.
A sorte foi que logo no início, a estrada estava fechada para a realização da festa de Carnaval de uma cidadezinha e só reabriria depois de duas horas…nada de desvios! Decidi dar meia volta e ir pela estrada mais segura.
Então, anote aí: o melhor e mais seguro caminho é pegar a A27 e depois a SS51.
Dicas da Ana:
- escolha um hotel com estacionamento fechado para não ter que tirar toneladas de neve do seu carro pela manhã.
- não é possível entrar no centro de Cortina de carro, estacione em um dos estacionamentos que o circunda e vá à pé ao seu destino. Mesmo acostumada a dirigir na Itália, levei uma multa caríssima por ter estacionado em local proibido (e olha que não tinha nem placa!!).
O QUE FAZER EM CORTINA D’AMPEZZO
Cortina d’Ampezzo é uma cidade que oferece uma infinidade de passeios tanto no inverno, como no verão. Mas minha vontade mesmo sempre foi a de ir para lá em pleno inverno. Cheguei na cidade no início de fevereiro e fiquei impressionada com a quantidade de atividades e passeios disponíveis para os turistas. Tem de tudo para todo gosto! Além dos esportes, as atividades culturais são numerosas e interessantes.
Dá só uma olhadinha no que eu fiz por lá e recomendo para você!
1 – Praticar esportes
Além das disputadíssimas pistas de esqui, há muito o que fazer na pequena cidade. Por isso, o destino é desejado mesmo para aqueles que gostam de neve, mas não de esquiar.
Aliás, para isso eles criaram um nome: slons. Os slons, ou snow lovers not skiers, são aquelas pessoas que gostam da neve e das montanhas, mas que não esquiam! E, acredite, o que não falta é opção de divertimento.
#Esquiar
Cortina d’Ampezzo faz parte do complexo chamado Dolomiti Superski, que une 12 localidades ideais para a prática de esportes de neve nas Dolomitas.
Somente Cortina possui 70 pistas de esqui (5 verdes, 22 vermelhas, 33 azuis e 10 pretas) e várias escolas de esqui para crianças e adultos.
#Snowshoeing (ou ciaspole em italiano)
É um passeio com “raquetes” no pé. Elas aumentam a superfície de contato do seu corpo com a neve e isso facilita a caminhada sobre a neve fresca e evita que você afunde. É imprescindível contratar um guia (veja abaixo) ou conhecer muito bem o território.
Meu guia foi o Michele, da agência Dolomiti Super Ski, e além de simpático, é muito cuidadoso e profissional.
Não é necessário ter nenhuma habilidade especial ou experiência anterior para a prática do snowshoeing. Na minha primeira vez já encarei um passeio de 4 horas com subidas e foi tranquilo!
#Fatbike
São bicicletas com pneus muito largos, ideais para andar na neve. O exercício é intenso, recomendado para aqueles que estão acostumados com atividades físicas. Existe a opção da fat bike elétrica, que não precisa de esforço físico nenhum. As bicicletas podem ser alugadas no centro da cidade ou nos refúgios.
#Caminhada ou corrida
Cortina possui mais de 400 Km de trilhas para caminhadas, passeios e trekkings. Muitos deles não necessitam de guias especializados.
Numa manhã gelada que o termômetro marcava -6º, uma amiga me buscou no hotel para uma caminhada de alguns quilômetros pela antiga linha férrea da cidade, que foi desativada e se transformou numa pista onde os locais se exercitam de manhã: caminhando, correndo ou pedalando.
No percurso, ela foi me contando a história da cidade e mostrando as casas mais bonitas. Vale muito a pena reservar umas horinhas da manhã para o passeio e para realiza-lo basta um par de tênis adequados (impermeáveis e antiderrapantes), uma companhia agradável ou uma playlist bacana!
2 – Conhecer os refúgios
Refúgio é um local quentinho e com boa comida no topo das montanhas. Chega-se até ele somente com bondinhos e teleféricos.
Frequentado por esquiadores na hora do almoço, é uma excelente opção de passeio mesmo para quem não esquia! A comida geralmente é maravilhosa, o local movimentado e com mesas compartilhadas, o que pode ser muito bacana se você viaja sozinho como eu, pois tem a possibilidade de conversar e fazer amigos.
Mesmo que não queria almoçar no refúgio, subir até ele vale a pena por causa das lindas vistas que você terá das Dolomitas. Todos os refúgios possuem decks que, em dias ensolarados, fica lotado de gente tentando esquentar os ossinhos…
3 – Comer bem!
Eu gostei muito da experiência de subir as montanhas e almoçar nos refúgios. Quase todos os dias que estive em Cortina, subi as montanhas para conhecer um diferente.
Mas no centro da cidade também há muitas opções. O almoço geralmente acontece mais tarde, já que pela manhã está todo mundo esquiando, então, é mais fácil conseguir uma mesa num lugar bacana ao meio-dia, mesmo sem reserva.
Já para o jantar a reserva é quase obrigatória! Sem ela você corre o risco de não conseguir jantar, principalmente se estiver em um grupo grande.
4 – Fazer compras
Corso Italia é onde encontra-se o comércio – muito elegante – da cidade. Além de grandes marcas e lojas especializadas em artigos esportivos, encontra-se também pequenas lojas de artesanato típico (principalmente prata trabalhada em filigrana e madeira).
A Cooperativa é a maior loja: são 4 andares onde você encontra de tudo! De papelaria a supermercado, de enxoval a livraria. Para quem ainda não comprou roupas adequadas para o frio invernal de Cortina, eu recomendo que esta loja seja incluída como primeira parada no seu roteiro.
5 – Assistir um jogo de hockey no gelo
Cortina possui um dos melhores times de hockey da Itália. O Stadio del Ghiaccio foi construído para receber as Olímpiadas de Inverno de 1956 e até hoje é onde acontecem as partidas. Eu tive a sorte de assistir Italia x Sérvia e me diverti muito, tomando o vino brulée (vinho quente) que eles vendem na entrada.
Pesquise se haverá algum jogo durante o período que estiver lá e compre o ingresso antecipadamente.
6 – Aprender sobre a história de Cortina e das Dolomitas
O Museo Paleontologico Rinaldo Zardini, dedicado a contar a história da geologia das Dolomitas. Como falei acima, a cadeia de montanhas rochosas era, há 210 milhões de anos atrás, um mar tropical. No museu encontram-se diversos fósseis de coral, conchas e moluscos daquele período.
No mesmo prédio existe um museu dedicado a contar a história da Primeira Guerra Mundial. Em Cortina aconteceram várias batalhas entre soldados italianos e austríacos e pode-se inclusive encontrar algumas trincheiras abandonadas sobre algumas montanhas. O museu guarda objetos perdidos dos soldados em batalha: são cartas, amuletos, roupas e armas. É um pedaço triste da história da Itália.
ONDE COMER
Refúgios
# Col Drusciè
O chalé é construído em madeira de pinho e a decoração tipicamente alpina com toques de vermelho. Muito charmoso!
A comida é deliciosa e a seleção da carta de vinhos idem. Os preços são altinhos, com os primeiros pratos a partir de 12 Euros, mas a qualidade compensa.
Sempre lotado, as mesas aqui não são compartilhadas e a espera pode chegar a uma hora. Mas com a vista que se tem de lá, garanto que o tempo de espera vai passar rápido. Pegue uma mela bruleé (bebida de maçã e especiarias) e espere no deck!
# Scoiattoli
Neste refúgio eu fui para ver o por-do-sol, mas quando cheguei lá estava tudo nublado… Tomei um vinho blulée e desci com o último teleférico, das 16h30. A vista é linda! Vale a pena o passeio!
#Lagazuoi
Mais simples que o anterior, com mesas compartilhadas, comida típica alpina e preços econômicos. Fiz alguns amigos por lá e passei horas agradáveis comendo as deliciosas sobremesas e conversando.
Restaurantes
# DOK Dall’Ava – Prosciutteria LP26
Um restaurante para os apaixonados por presunto cru San Daniele. Fiz a degustação completa de presuntos e depois encarei uma massa com sementes de papoula e presunto. O ambiente é jovem, informal e descontraído. Bom custo-benefício.
# La Taverna degli artisti
O restaurante fica dentro do Hotel Ancora, no centro da cidade. A comida é fora do normal de tão boa e o ambiente muito formal e requintado. Excelente para comemorar datas especiais!
# Ristorante Al Camin:
Fabio Pompanin é um jovem chef que vem se destacando muito na cidade. Seu restaurante está na lista dos melhores de Cortina! Fica a uns 2 Km do centro e oferece pratos típicos de montanha com um toque de modernidade. A carta de vinhos é muito boa!
Antes do jantar é tradição ampezzana encontrar os amigos para um aperitivo. Gostei muito da Enoteca Baita Fraina, com taças de vinho a partir de 3 Euros.
ONDE DORMIR
Na minha opinião, ficar nos hotéis próximos ao centro de Cortina é mais interessante, pois você pode fazer tudo à pé: ir a lojas, restaurantes, museus, etc. A partir do centro também há o skibus, o ônibus que leva para os bondinhos e teleféricos que dão acesso às pistas de esqui.
HOTEL LAJADIRA
Me hopedei no Hotel Lajadira, há 1,2 Km do centro. Era possível ir à pé tranquilamente para o centro. O hotel tem um bom restaurante e um excelente spa à disposição dos hóspedes, com piscina aquecida, saunas e tartamentos corporais.
Outros hotéis que conheci, mas não me hospedei:
Cortina d’Ampezzo na prática:
Restaurantes:
Refúgio Col Drusciè: http://www.freccianelcielo.com/
Refúgio Lagazuoi: http://www.rifugiolagazuoi.com/
Refúgio Scoiattoli: http://www.rifugioscoiattoli.it/
#DOK Dall’Ava – Prosciutteria LP26: http://www.dallava.com/
La Taverna degli artisti: http://www.hotelancoracortina.com/ristorante/
Ristorante Al Camin : www.ristoratealcamin.it
Baita Fraina: http://www.baitafraina.it/
Hotéis
Hotel Lajadira: reserve pelo Booking clicando aqui com cancelamento grátis
Hotel Ancora: reserve pelo Booking clicando aqui com cancelamento grátis
Grand Hotel Savoia: reserve pelo Booking clicando aqui com cancelamento grátis
Outros
Stadio del Ghiaccio: http://hockeycortina.it/
Museo Paleontologico: http://www.musei.regole.it/
Venda do skipass
Dolomiti Superski: http://www.dolomitisuperski.com/it
Guias alpinos e professores de esqui
Dolomiti Ski Rock: http://www.dolomitiskirock.com/
Aluguel de equipamentos, venda de roupa de esqui e aluguel de fatbike
Due & Due: http://www.dueduecortina.com/
Informações turísticas
Site oficial: http://www.cortinadolomiti.eu/
Ana Grassi contou com o apoio do escritório oficial de promoção turística de Cortina d’Ampezzo. Mas fique tranquilo, aqui a liberdade editorial é garantida e as opiniões e impressões aqui relatadas são imparcias e verdadeiras.